
Foto: Jorge William / Agência O Globo
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse, nesta
terça-feira, que o governo Jair Bolsonaro "não rasga dinheiro" e está
aberto a receber ajuda financeira de organismos internacionais desde que
a gestão dos recursos seja do Brasil. Rêgo Barros também atrelou a esta
condição o recebimento do montante US$ 20 milhões oferecidos pelos
países G7 para ajudar no combate às queimadas da Amazônia.
Pela manhã, no entanto, Bolsonaro disse que só aceitará a oferta se o presidente da França, Emmanuel Macron,
retirar "insultos" contra ele
e desistir de discutir a internacionalização da floresta. Na noite de
segunda-feira, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do
Planalto havia confirmado oficialmente que o Brasil iria rejeitar a
oferta do G7.
Perguntado sobre se Bolsonaro já não condicionava a recepção da ajuda a um pedido de desculpas de Macron, o porta-voz declarou que o Brasil vai receber os recursos estrangeiros, desde que o manejo "seja nosso".
Governadores
A recusa da ajuda do G7 havia alarmado os nove governadores dos estados amazônicos, que pediram a Bolsonaro que reavaliasse sua posição , em uma reunião em Brasília nesta terça-feira.O porta-voz rebateu a declaração do governador do Maranhão, que ao defender a manutenção do Fundo Amazônia disse que não é o momento de "rasgar dinheiro" . Dino argumentou, após participar de uma reunião com o presidente Bolsonaro e governadores dos estados que compõem a Amazônia Legal, que é preciso um "meio-termo" entre "necessidade da cooperação internacional com defesa da soberania nacional".
— O governo não rasga dinheiro, não. Não rasga e não rasgará. Rasgar dinheiro não é uma coisa adequada num governo que tem a austeridade como princípio maior. E essa austeridade vem sendo apresentada à sociedade por meio das decisões do presidente da República - disse Rêgo Barros.
As declarações do porta-voz amenizam a fala do presidente que no dia anterior questionou as intenções que estariam por trás a ajuda financeira internacional para a Amazônia. Há duas semanas, Bolsonaro reagiu com ironia à suspensão de recursos da Alemanha (R$ 155 milhões) e da Noruega (R$ 133 milhões) para projetos de proteção da floresta. Questionado se há um recuo do governo, Rêgo Barros negou:
— Não existe da nossa expressão de opinião, recuos do presidente. O presidente não recua, ele avança em direção ao bem-estar da nossa sociedade — respondeu.
Segundo o porta-voz, a manutenção do Fundo Amazônia, gerenciado pelo BNDES, está sendo discutida com os governadores. Na quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, apresentará ao presidente um projeto para a região amazônica que deverá conter uma proposta para o futuro do fundo.
Fonte: O Globo
0 Comentários