Bolsonaro vai fazer a segunda reunião ministerial nesta terça-feira. Há muita expectativa para que os ministros apresentem o resultado de uma avaliação
sobre normas burocráticas que podem ser revogadas para dar mais eficiência ao
governo.
Há também uma grande expectativa é em relação ao anúncio de medidas para a
Previdência. A equipe econômica vai apresentar a proposta final de reforma ao presidente
Bolsonaro ainda nesta semana.
Na avaliação do economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco
Central, o governo precisa definir o que pretende para a área.
Segundo ele, é preciso “colocar as cartas na mesa” e deixar claro qual é
o programa econômico para os próximos quatro anos. “Na questão previdenciária,
na questão de privatização: vai ter Petrobras, não vai ter Petrobras. Vai ser
Eletrobrás, não vai ser Eletrobrás. Vai ser parcial, vai ser total”, ponderou.
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega avalia que o ministro da
Economia, Paulo Guedes, já mostrou que sabe quais são os desafios do país e que
o governo deve aproveitar essa fase de “lua de mel”, quando tem forte apoio
popular, para aprovar as mudanças nas regras da aposentadoria e frear o
crescimento da dívida pública, que já representa quase 80% de tudo o que o país
produz.
“Pode ser até que a reforma da Previdência passe sem essa coalizão
partidária. Porque, tradicionalmente, o presidente do Brasil tem um período de
lua de mel. Nesse período de lua de mel, o Congresso tende a ser mais receptivo
a medidas ousadas e o presidente pode usar a legitimidade que ele obteve nas
urnas, o apoio popular, a sua popularidade, a expectativa da sociedade com seu
governo, para obter aprovação da reforma da Previdência”, afirmou.
Ele pondera, no entanto, que a reforma “não é tudo”. “A volta do
crescimento do país pressupõe a recuperação da produtividade que está estagnada
há mais de 20 anos e isso pressupõe uma reforma tributária profunda”, avaliou.
Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco considera que a proposta
de reforma deve ser apresentada em fevereiro, quando os novos deputados e
senadores tomam posse.
“O modo de apresentar a reforma da Previdência vai ser decisivo para a
sua aceitação, seja no Congresso, seja aos olhos da opinião pública”, avalia.
Para ele, trata-se de uma questão de organizar e apresentar ao Congresso
“com um embrulho que ajude a opinião pública" a perceber que isso é para o
bem do país. “Como muitas reformas que nós fizemos no passado, até mesmo em
combate a inflação”, afirma.
Fonte: G1
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